Desde seu início o Universo não cessa de evoluir, de se organizar e de formar estruturas em diversos graus de complexidade como átomos, moléculas, estrelas, planetas e seres vivos. Não temos dúvida de que em pelo menos uma de todas essas estruturas pôde surgir mais do que seres vivos, pôde surgir seres inteligentes, seres que o admiram e buscam entendê-lo.
O Homem não sabe descrever como foi o começo, mas pode muito bem contar a história do Universo a partir de um certo instante muito próximo ao início até os dias de hoje.
Em seus primeiros instantes o Universo era muito simples, homogêneo, extremamente denso e extremamente quente. Tínhamos uma verdadeira sopa de partículas elementares e de luz. Com a expansão contínua foi se resfriando a ponto de possibilitar a formação dos núcleos e posteriormente dos átomos mais simples: 76% de Hidrogênio e 24% de Hélio.
Com o passar do tempo atingiu um estágio evolutivo onde as circunstâncias não permitiam a formação de novos elementos químicos. Entretanto, continuou se expandindo e se resfriando abrindo as portas à formação de galáxias e de estrelas. É exatamente no interior das estrelas que a história continua.
Podemos imaginar uma estrela como sendo uma enorme esfera de gás muito quente que nasce, evolui e morre. Ao longo de sua vida uma estrela brilha pela queima de combustível em seu interior. Nessa queima ocorrem transformações de núcleos de elementos mais leves em núcleos de elementos mais pesados. No caso de uma estrela de primeira geração essa esfera gasosa era composta de muito Hidrogênio e um pouco de Hélio. Com a contração devido à força de seu próprio peso, o núcleo dessa enorme massa de gás atinge condições de temperatura e pressão que possibilitam a fusão de núcleos de Hidrogênio em núcleos de Hélio, o mesmo que ocorre em uma bomba de hidrogênio (no caso de uma estrela são milhões por segundo). Como essa transformação ocorre com liberação de energia, a estrela se acende, isto é, a estrela nasce.
Ao longo da maior parte de sua vida a estrela continua brilhando graças a essa transformação de núcleos de Hidrogênio em núcleos de Hélio. Quando o Hidrogênio da região mais central da estrela se esgota será a vez do Hélio que foi produzido ser utilizado como combustível e produzir outro elemento químico mais pesado, o Carbono. Mais tarde esse fenômeno continua com a formação de outros elementos como Oxigênio, Nitrogênio, Silício e muitos outros. Tanto o ritmo quanto a seqüência da formação dependem da massa de cada estrela. Algumas estrelas, no final de suas vidas, devido à sua grande massa inicial podem explodir, nessa explosão atingem condições tais que torna possível a produção dos elementos químicos mais pesados que o Ferro como o Ouro, a Prata, o Urânio, etc. Além de gerados eles são juntamente com todo o resto jogados para o espaço onde os núcleos produzidos no interior das estrelas terão condições de se juntarem aos elétrons disponíveis e formarem átomos e mesmo moléculas, orgânicas ou não, inclusive de água. Por outro lado, o Oxigênio, Silício, Ferro, etc. produzidos irão encontrar condições propícias para a formação de silicatos e dar origem à matéria sólida.
Estrelas de segunda, terceira gerações poderão então se formar em um ambiente já enriquecido com todos os elementos químicos que conhecemos, ao redor das quais podem se formar planetas que conterão esses elementos, podendo ou não armazená-los em maior ou menor quantidade dependendo de suas massas e da distância até a estrela em torno da qual orbitam. Com a evolução ao longo do tempo, um ou mais desses corpos, poderá tornar-se habitável e nele a vida surgir, se transformar e evoluir.
O surgimento de seres vivos e, sobretudo de seres inteligentes, não é algo simples e provável, ao contrário, a vida e o Homem são frutos de uma soma enorme de fatores que convergiram quando e onde era mais propício para que surgissem. Em todo caso, tudo que é necessário para tal foi e vem sendo produzido pelo Universo desde seu início.
O Carbono que constitui nosso corpo, o Ar que respiramos, a Água fonte de vida, o Ouro tão caro, o Cálcio dos nossos ossos, etc., não foram produzidos aqui na Terra, mas sim em uma ou várias estrelas que existiram muito antes do Sol.
Independentemente da cor, raça, sexo, convicções religiosas, opções ideológicas, políticas, sexuais, etc., temos a mesma origem, somos todos filhos das mesmas estrela.
A Terra não é uma fábrica de elementos químicos, estes são produzidos nas estrelas, mas foi aqui que puderam se combinar de tal maneira para que aquilo que de mais complexo e maravilhoso existe surgisse: O HOMEM.